TRINDADE LEAL, Geraldo. Sant’Ana do Livramento/RS, 1927- Porto Alegre/RS 2013. Desenhista, pintor e gravador. Inicia em São Paulo/ SP sua atividade artística como autodidata. Em 1947 fixa residência em Porto Alegre e frequenta o curso livre de pintura da Escola de Belas Artes. 1951/52: I e II Salão de Arte Moderna de São Paulo, obtendo, em 1952 o Prêmio Aquisição em pintura. 1953: em Porto Alegre convive com artistas da SADA – Sociedade Amigos da Arte; vai para Salvador/BA onde passa a trabalhar nos ateliês de Mário Cravo Jr., Caribé, Pancetti e Lasar Segall, colaborando com suas pinturas e murais; realiza sua primeira individual na Galeria Oxumarê. 1954/ 55: Inds. Galeria do ICBNA, Porto Alegre. 1955: Col. Arte Brasileira Contemporânea, inauguração do MARGS. 1957: em Porto Alegre freqüenta o ateliê de Francisco Stockinger e executa a série de xilogravuras O Lobisome. 1958/59: reside em Florianópolis no Hotel Lux, hoje Centro Comercial Plaza e posteriormente em pensão, já demolida, na rua Tenente Silveira e convive com Hugo Mund Jr., Salim Miguel, Eglê Malheiros e Dimas Rosa. Em 1958 apresenta exposição individual no MAMF, atual MASC, e executa série de 12 xilogravuras O Gato Preto, baseada em conto de Edgar Allan Poe. 1962: Ind. Desenhos – Galeria São Luiz, São Paulo. 1963: participa com desenhos da VII Bienal de São Paulo. 1964: representação brasileira no Salon Comparaisons – Desenhos, Paris, Roma e Salzburg; Ind. Desenhos, MARGS. 1965: representação brasileira na IV Bienal de Ljubluana – Xilogravuras, Iugoslávia; representação brasileira – International Exhibition of Graphic Art, Edimburg, Leeds, Newcastle, Manchester, Cardiff e Bristol, todas na Inglaterra. 1966: Retrospectiva – 10 Anos de Xilogravura, MASP. 1971: Panorama de Arte Atual, MAC, São Paulo. 1976: Ind. Desenhos, Pinturas e Aguadas, Galeria IAB, Porto Alegre. 1978: Ind. Galeria Paulo Prado, São Paulo e Ind. Desenhos, Pinturas e Aquarelas, Galeria Independência, Porto Alegre. 1980: Ind. Pinturas e Aguadas, Galeria Cambona, Porto Alegre. 1985: Col. Semana Surrealista – Pintura, Galeria Encontro das Artes, São Paulo. 1996: Retrospectiva no Projeto CEF Resgatando a Memória, Galeria da Caixa e Bolsa de Arte de Porto Alegre, Museu de Artes Visuais Ruth Schneider, Passo Fundo/RS, Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, Pelotas/RS, Museu da Gravura Brasileira, Bagé/RS e MARGS. 1997: Individual no Projeto Presença, MARGS; Trindade Leal: desenho, xilogravura, pintura, Museu de Artes Visuais Ruth Schneider e Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, Passo Fundo e Pelotas; Ind. Série Lobisome, Museu da Gravura Brasileira, Bagé. 1998: Col. Os Colecionadores – Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, Galeria de Arte do SESI, São Paulo. 2000/01. Investigações – A Gravura Brasileira, Itaú Cultural, São Paulo, em 2001 também Penápolis/SP e Brasília/DF. 2002: Col. Desenhos, Gravura, Esculturas e Aquarelas, Garagem da Arte, Porto Alegre. Artista representado no acervo do MASC. O desenho e a pintura, desenvolvidos com autodidatismo a partir de fins da década de 40, introduziram o artista no circuito produtivo de artes e o direcionam à frequência de cursos livres no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre. A partir de 1957 apresenta sua produção gráfica com uma opção pela figura, decorrência da utilização de temas como o pampa, o gaúcho, a figura do lobisomem. Os trabalhos receberam um tratamento plástico que incorpora componentes expressivos, característicos da xilogravura, a aspectos de um fabulário popular, mesclados a elementos oníricos. Em seus desenhos, Trindade Leal desenvolve uma forma não-rebuscada, objetiva, simplificada e lírica. O pampa, o gaúcho e suas relações podem ser percebidas de maneira leve e poética, como pode ser observado no trabalho do artista, premiado na exposição do 1º Jovem Desenho Nacional. Mantém-se fiel a seus princípios orientadores, mesmo quando opta por tema diverso aos já detectados em seu universo visual, como por exemplo a série “Caça Submarina” que incorpora novos elementos temáticos, desenvolvendo-os com a mesma desenvoltura e leveza. Também em suas pinturas posteriores ocorre o desenvolvimento de temas e ideias abordando lembranças da infância em terras gaúchas, e o artista permanece em seu caminho de busca da simplicidade. Utiliza, para isto, cores e símbolos que integram o mágico mundo infantil, trabalhando com cores primárias, o que possibilita uma exacerbação do poder de visualização de suas propostas. Marcos José Santos de Moraes – Instituto Itaú Cultural. BORTOLIN, Nancy Therezinha. Indicador Catarinense de Artes Plásticas. 2.ed.rev ampl. . Itajaí: Ed. UNIVALI; Florianópolis: Ed. UFSC, FCC, 2001.