HARO, Martinho de. São Joaquim/SC, 1907 – Florianópolis/SC, 1985. Pintor, desenhista e muralista. Nasceu a 11 de novembro de 1907, filho de Antônio Lopes de Haro e Sílvia de Haro. Estudos iniciais no Grupo Escolar Vidal Ramos, Lages/SC. 1926: o jornal A Noite, Rio de Janeiro/ RJ, com clichês de algumas obras, elogia seu trabalho artístico. 1927: primeira exposição em Fpolis, como autodidata, no Salão do Conselho Municipal. 1928: ingressa na Escola Nacional de Belas Artes com bolsa de estudos concedida pelo Governo Adolfo Konder e estuda com Cunha Melo e Rodolfo Chambelland. 1932/35: curso de pintura com Henrique Cavalheiro. 1931: passa a integrar o Núcleo Bernadelli e participa da revolucionária XXXVIII Exposição Geral de Belas Artes, organizada por Lúcio Costa. 1932: no Salão Nacional de Belas Artes ganha Medalha de Bronze. 1934: no mesmo salão, Medalha de Prata; colabora com Eliseu Visconti nos murais do Teatro Municipal; Exposição na Galeria do Palace Hotel, Rio de Janeiro. 1935: Prêmio de Viagem ao País. 1937: Prêmio de Viagem ao Estrangeiro, com o quadro Rodeio. Em 23 de maio de 1938, casa com Maria Palma, em São Joaquim, e embarcam em São Francisco do Sul/SC dia 2 de julho para o Rio de Janeiro, onde permanecem alguns dias, seguindo pelo navio Santarém, do Lóide Brasileiro, com destino ao Porto do Havre, França, de onde viajam de trem até Paris, fixando residência. Lá, Martinho frequenta a Academia da Grande Chaumière, estudando com Othon Friesz. Convive com Di Cavalcanti, Orlando Teruz, Mário Pedrosa e outros brasileiros que se encontravam em Paris e vivem o início da II Grande Guerra. 1939: nasce Rodrigo Antônio, primogênito do casal que teria ainda os seguintes filhos: Sílvia, Martim Afonso, André e Isolda, os dois últimos já falecidos. Em agosto de 1939, o casal foi recomendado pela Embaixada Brasileira a deixar Paris. Com o filho Rodrigo, de poucos meses de idade, em noite de blackout, embarcam num trem com destino à Espanha, de onde seguem para Portugal e lá permanecem três meses. Com a ajuda de Oswald de Andrade, conseguem embarcar para o Brasil. Pelo navio Cuiabá, do Lóide Brasileiro, chegam ao Rio de Janeiro de onde seguem para Florianópolis e São Joaquim. 1942: com 35 anos fixa residência em Florianópolis. 1943/45: professor de desenho no IEE e na Escola Técnica Federal de Santa Catarina. 1945: executa 17 painéis para a Sede da LBA, em Florianópolis. 1948: participa da Exposição de Arte Contemporânea, trazida a Florianópolis pelo escritor carioca Marques Rebelo, onde apresenta também um quadro de Eduardo Dias. 1949: integra a comissão para organizar o Museu de Arte Moderna de Florianópolis. 1952: Individual no Pátio Marques Rebelo, antigo Grupo Escolar Modelo Dias Velho, local onde havia sido instalado o Museu de Arte Moderna de Florianópolis e onde funcionou até abril de 1952. 1953: Salão Pan-Americano, Porto Alegre e Coletiva de Artistas Catarinenses no Museu de Arte Moderna de Florianópolis. 1954: Salão Paranaense, Curitiba/PR. 1955 a 58: Diretor do Museu de Arte Moderna de Florianópolis, conseguindo a doação de obras de Pancetti, Volpi, Bonadei, Dacosta, Guignard e outros. 1958: homenageado com Sala Especial no 1º Salão do Grupo de Artistas Plásticos de Florianópolis. 1963: Ind. no Palácio das Diretorias, Florianópolis. 1966: Col. Arte Jovem Catarinense, MAMF. 1967: Ind. na sede do jornal O Estado, na comemoração do nascimento de Victor Meirelles. 1970: Ind. na Galeria Seta, São Paulo/ SP; I Coletiva de Artistas Catarinenses, Blumenau/ SC. 1971: Arte Catarinense na Universidade Federal de Santa Catarina; II Coletiva de Artistas Catarinenses, Blumenau; Desenhos, com Rodrigo de Haro, no Museu de Arte de Santa Catarina, Florianópolis; 50 Anos de Pintura Brasileira, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. 1972: Arte Brasil Hoje, 50 Anos Depois, São Paulo; Ind. na Galeria Chica da Silva, Rio de Janeiro; Col. Naturezas Mortas, Securit, Rio de Janeiro; Col. Arte Catarinense em Brasília. 1973: Ind. Aliança Francesa, Rio de Janeiro. 1974: Ind. Galeria Trevo, Rio de Janeiro; Coletiva Catarinense, Galeria Oca, São Paulo; com Rodrigo de Haro, Studio A2, Florianópolis. 1976: com Franklin Cascaes, Clube Naval de Brasília. 1978: Pintura Contemporânea Brasileira, Galeria de Arte do Palácio Barriga Verde, Fpolis; Ind. de Desenhos no Ciclo de Verão, Ceisa Center, Fpolis. 1979: Convidado Especial para o Pan’Arte, Baln. Camboriú/SC; Col. Memorial Eduardo Dias, Fpolis. 1980: 50 Anos de Pintura, Galeria Trevo, Rio de Janeiro. 1982: Ind. Galeria Lascaux, Fpolis. 1984: Exposição no Ministério das Comunicações, Brasília; Pan’Arte Pintura, itinerante promovida pelo MASC. 1985: a 23 de maio, data de seu casamento, morre em Florianópolis. 1986: um ano após sua morte, o Museu de Arte de Santa Catarina apresentou a Retrospectiva com 108 obras: 46 desenhos e 62 pinturas. No mesmo ano foi editado por Leo Cristiano Editorial Ltda. o livro Martinho de Haro, com texto de Walmir Ayala e ilustrações a cores e preto e branco. Em 1995 o MASC apresentou a exposição Infinitamente... Martinho de Haro, com obras de colecionadores e do acervo do Museu. 2004: Col. A pintura segundo a sequência do alfabeto, acervo do MASC; Col. Imagens do Universo Ilhéu, Galeria Municipal de Arte Pedro Paulo Vecchietti, Fpolis. 2005: Mostra dos Fundadores, ACAP; Col. Imagens do Universo Ilhéu, Galeria Municipal de Artes Pedro Paulo Vecchietti, Fpolis. 2007: em edição comemorativa aos 100 anos de seu nascimento, é lançado o livro Martinho de Haro 1907-1985, editora Tempo Editorial, Fpolis. Durante os 45 anos em que residiu em Florianópolis, o artista retratou grande parte de políticos de Santa Catarina. Artista representado no acervo do MASC. BORTOLIN, Nancy Therezinha. Indicador Catarinense de Artes Plásticas. 2.ed.rev ampl. . Itajaí: Ed. UNIVALI; Florianópolis: Ed. UFSC, FCC, 2001.