PEREIRA, Sérgio Ferro, dito Sérgio Ferro. Curitiba/PR, 1938. Vive na França. Desenhista, pintor e gravador. Filho de pais catarinenses, aos 3 meses de idade veio para Florianópolis onde passou a infância e adolescência estudando no Grupo Escolar Antonieta de Barros e Colégio Catarinense. Seu pai, Armando Simone Pereira, então Secretário de Justiça, Educação e Saúde de SC, colaborou na criação e implantação do MAMF, atual MASC. Formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP; Pós- Graduação em Museologia e Evolução Urbana; Especialização em Semiologia. Em 1970 vai para a França como exilado político e passa a trabalhar como Catedrático da École D’Architecture de Grenoble. 1963: Ind. Galeria São Luiz, São Paulo/ SP. 1965: Ind. Galeria Mobilínea, São Paulo; Ind. MARGS. 1966: 3 Premissas, FAAP, São Paulo. 1970: Comissário Especial da Fundação Bienal de São Paulo em Veneza, Itália. 1974: Ind. Galeria ZHTA-MI, Tessalônica, Grécia. 1975: Ind. Museu de Grenoble, França. 1976: Vingt Acquisitions, Museu de Grenoble. 1977: Ind. Maison des Jeunes et La Culture de Chambery, França. 1978: Ind. Galeria La Tête de L’Art, Grenoble. 1979: Col. Volta à Figura, Museu Lasar Segall, São Paulo. 1980: Ind. Maison de La Culture, Grenoble. 1981 e 89: Inds. MASC. 1982: Ind. Castelo de La Condamine, Coreno, França; Stockholm International Art Expo, Suécia. 1983: 10 Anées D’Acquisitions, Museu Grenoble. 1984: Ind. Petit Galerie, Rio de Janeiro/RJ. 1985: Ind. Galerie D’Art Contemporaine, Le Touquet, França; 1960 – 1985: Autour de la Figuration Narrative, Museu de Valence, França. 1986: Les Figurations, Museu d’Art Contemporaine de Dunkerque. 1987: Lineart, Feira de Arte Internacional, Gand, Bélgica. 1988: Ind. Galeria L’Entrée Des Artistes, Barbizon, França; Os Anos 60, MAC/SP. 1989: Ind. Galeria Contrast, Bruxelas, Bélgica; Museu de Arte de Taiwan, Coréia. 1990: Ind. Galerie J. B. Carlier, Le Touquet, França; Artexpo – International Art Exposition, Nova York, EUA. 1991: Memoires de Liberté – Centre George Pompidou, Paris – itinerante por Nova York, Tókio, Amsterdam, Coréia, Itália, Bélgica e Tchecoslováquia; Ind. Galeria de Arte São Paulo, São Paulo. 1992: Ind. Gallery Eleonore Austerlevz, San Francisco, EUA; Col. Eglise Saint Etienne, L’lle Surtêt, França. Recebe a Comenda Chevalier des Arts et des Lettres. 1993: Biennale dell’Arte Sacra, Roma; Galeria M e W Art, Hong Kong; Ind. Galeria São Paulo, São Paulo. 1994: Ind. Galerie Space d’Art Contemporain, Rouen, França. 1995: realização do mural do Jardim de Fauvriére, Lyon, França; Ind. Desenho e Gravuras, Museu Victor Meirelles, Fpolis. 1996: Ind. Simões de Assis Galeria de Arte, Curitiba; execução de mural de 100m² para a Capela do Memorial de Curitiba. 1998: Le Ronde de L’Art – Rive Gauche, Paris; Ind. Galeria São Paulo, São Paulo; Col. Futebol Arte, Paris e Marseille, França; Retrospectiva no MASP. 1999: Destaques da Pintura Brasileira, Simões de Assis Galeria de Arte, Curitiba; Desenhos e Gravuras, acervo Museu Victor Meirelles, Fpolis. 2001: 8º Salão de Arte e Antiguidade, A Hebraica, São Paulo; 4 Décadas, Nova André Galeria, São Paulo. 2003: Israel e Palestina: dois estados para dois povos, SESC Pompéia, São Paulo. 2003: participa do Projeto Brazilianart, Almacén Galeria de Arte, Rio de Janeiro. No Brasil publicou os livros O Canteiro e o Desenho; A Casa Popular/A Arquitetura Nova; Michelangelo: Notas por S. Ferro. Na França, Le couvent de la Tourette; L’Idée Constructive En Architecture. 2004: Col. Nova Galeria de Arte, São Paulo, SP. Artista representado no acervo do MASC. As obras de Ferro não compactuam com a sensibilidade reconciliadora pós-moderna, elas são marcadas pela dor. O trágico se expressa seja através de um simbolismo explícito (crucificação, membros atados, posturas, cor do sangue) seja pelas formas inacabadas, barradas, riscadas. Violência da vida? Terror político? Ainda que Ferro negue a ideia de uma pintura engajada e não denuncie nenhuma ideologia particular, é difícil afastar totalmente a impressão de uma profunda mágoa, de uma dor cruciante existencial e histórica. A vida é despedaçada como o é a pintura neste final de século. Esta, firma-se totalmente sobre o prazer sensorial sobre o jogo e a sedução das formas. Ao mesmo tempo não podemos nos deixar envolver ingenuamente, o ilusionismo tornou-se impossível. O primeiro nível pertence à outra era, a magia da profundidade está proibida, somos condenados à lucidez do distanciamento e destinados a mostrar os sinais da sedução plástica sem jamais nos entregarmos totalmente. Aqui tudo é prazer e artifício das formas, aqui tudo é desencanto. Gilles Lipovetsky – Catálogo Simões de Assis Galeria de Arte, Curitiba, 1996. BORTOLIN, Nancy Therezinha. Indicador Catarinense de Artes Plásticas. 2.ed.rev ampl. . Itajaí: Ed. UNIVALI; Florianópolis: Ed. UFSC, FCC, 2001.